quinta-feira, 15 de maio de 2008

MINISTRA MARINA SILVA

O pedido de demissão da ministra foi, a nosso ver, o último ato de uma luta surda que vinha sendo travada nos bastidores da política. De um lado as forças econômicas, /\razão de ser da vida\/, e de outro a ambientalista Marina Silva, fraca, formal, bem intencionada, ingênua, boazinha, que tentava não contrariar o chefe “Luluzinha, paz e amor”. Esse episódio, para quem acompanha as trapalhadas do Ministério de Meio Ambiente durante esses últimos cinco anos, nos dá visão de qual é a força da economia na estrutura de um país. Isso é apenas uma amostra do que se passa nas ante-salas mundiais da política sob a batuta dos interesses do ganha-ganha. É só lembrar-se daquela heroína canadense que discursou perante os representantes do mundo na Eco 92. Nada aconteceu! Por quê? Simples. A estrutura mundial, construída sobre pilares feitos de moedas não pode ser sacudida por um discurso acusatório sob pena de se desmontar. Eles, enxergando apenas os interesses próprios, isto é, dentro de seus objetivos, estão certos. Quanto aos interesses da humanidade e do planeta é que estão errados. Além dessa lição, aprendemos mais uma vez que os ambientalistas, apesar de estarem com a boa causa... a vital causa, ainda estão fracos. Somos derrotados diariamente. É só olharmos ao redor: mais gente, mais automóveis, mais desenvolvimento, mais tecnologia, mais rapidez, mais consumo. Enfim, mais de tudo que é material e MENOS de tudo que é espiritual, como amor, uso do intelecto, justiça, amizade, e tudo o mais que é função da alma.
Esse simples episódio acima comentado ocorreu numa fração do mundo e nos dá outras lições. Vejo, salvo outras interpretações mais sensatas, que a defesa da Natureza somente se dará com ações revolucionárias, incisivas, fortes e determinadas. Quem pode proceder dessa forma? Somente um governo mundial, investido de todo o poder moral e material. Mas tem que ser AGORA, enquanto há tempo. Depois... não adiantará mais.
Esse episódio apenas confirma a necessidade de o planeta ter um governo mundial que cuide de seus interesses ecológicos. Está confirmado. Discutir mais para quê?


/\....\/ - Acabei de inventar o sinal de ironia. Não está patenteado. Aproveitem.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O DIA D DO CONSUMO

Recebi do ambientalista Paulo Bastos o seguinte e-mail, muito esclarecedor sobre o câncer do planeta: a civilização atual.


"Como o texto é enorme, vou ressaltar algumas partes aqui e quem quiser acessar, o endereço é http://www.akatu.com.br/central/especiais/2008/o-dia-201cd201d-do-consumo
A cada ano que passa, o consumo da humanidade supera mais rapidamente a capacidade de regeneração do planeta
Em 2007, no dia 6 de outubro, faltando quase três meses para o Reveillon, a humanidade já havia consumido todos os recursos naturais que o planeta seria capaz de repor naquele ano. Como estamos gastando cada vez mais rápido os recursos naturais, esse dia "D" acontece cada vez mais cedo. Em 1987, o ano do primeiro Ecological Debt Day, como é chamado o dia em que a humanidade passa a estar em débito em relação ao meio ambiente, ocorreu no meio de dezembro. Em 1995, ele pulou para o dia 21 de novembro. E no ano passado, chegou à marca histórica de 6 de outubro.
A pegada ecológica permite calcular qual é a área (em hectares) necessária para produzir tudo aquilo que consumimos e, ainda, absorver os resíduos desses processos, em um ano. A conta é feita considerando toda a quantidade de água e de espaço físico necessários para o plantio, pastagem, pesca etc.. Todo esse conjunto é chamado de "biocapacidade" do planeta, ou seja, a habilidade dos sistemas ecológicos de gerar recursos e absorver resíduos em um determinado período.
Em termos globais, hoje, precisaríamos de 1,3 planetas Terra para manter os atuais padrões de consumo, sem comprometer a capacidade de renovação da natureza. Naturalmente, o grande problema é que vamos continuar a ter apenas um, enquanto as demandas de consumo e a própria população não param de crescer.No ano 2000, por exemplo, gastou-se no nosso planeta em compras de produtos ou serviços domésticos, mais de 20 trilhões de dólares, quatro vezes mais do que em 1960, quarenta anos antes. Porém, nesse mesmo período a população da Terra dobrou, o que significa que cada pessoa, em média, passou a consumir duas vezes mais.Não é possível prever até que ponto a Terra será capaz de resistir aos avanços consumistas da humanidade, diz Brooking Gatewood, gerente da Global Footprint Network, responsável pelos cálculos da Pegada Ecológica da Humanidade. "Nós não temos uma estimativa de quanto tempo levará até um 'colapso ecológico' ou a exaustão da capacidade da Terra de regenerar os recursos. Isso é impossível dizer, mas nós podemos afirmar que nossas analises mostram que, se a humanidade continuar adotando o modelo de desenvolvimento e consumo atuais, nós precisaremos de 2 planetas Terra em 2050, para prover os recursos que demandaremos", afirma Gatewood."

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ASSASSINATOS GLOBAIS E SUICÍDIO COLETIVO

Publicamos abaixo artigo do brilhante ambientalista Antídio Teixeira. Não deixem de meditar sobre as grandes verdades ali contidas.

"Eu, como todo indivíduo que desfruta de benefícios não essenciais à vida, moradores de comunidades urbanas em edifícios servidos por elevadores, abastecidos com águas de rios captadas, tratadas e bombeadas através de centenas de quilômetros de adutoras, dispondo delas quentinhas para o banho ou purificadas e geladinhas para beber; também de confortáveis transportes por ônibus, automóveis, trens, navios e aviões que, antigamente, nem mesmo os reis imaginavam; tendo à nossa disposição variadas formas de informações e de diversões proporcionadas por jornais, rádios, televisões, cinemas e clubes; praticantes de turismo, esportes radicais e freqüentadores de resorts; beneficiários dos avanços da medicina; tendo ao nosso alcance o abastecimento de todos os produtos essenciais, ou não, às nossas necessidades ali nos supermercados da esquina, necessitamos saber que: “tudo que consumimos, ou que usamos, foi fabricado, ou é movimentado por algumas formas de energia: sejam elas elétrica, dinâmica, calorífica e/ou luminosa”. E que, aproximadamente, 80% delas têm origem em processos poluentes, principalmente os combustíveis fósseis e nucleares. Aqueles já saturaram o meio ambiente e estão causando o desequilíbrio climático que vem reduzindo a produtividade agrícola acompanhada da avicultura, suinocultura e, também da pecuária, elevando os custos da alimentação em todo o mundo. Em conseqüência do desvio dos potenciais energéticos para satisfazer às necessidades artificiais implantadas em nossas consciências pela mídia com objetivo de atender aos interesses lucrativos de governos e empresas através da economia globalizada, sugamos os recursos naturais de países menos favorecidos pela Natureza, dando-lhes em troca, cada vez menos recursos para alimentar seus povos, como está ocorrendo em países da África, da Ásia e alguns da América Latina.
[…]Entendemos que o acúmulo de óxidos de carbono liberado no meio ambiente em mais de duzentos anos com a queima de combustíveis fósseis, depois de sacrificar grande parte da vida vegetativa que absorvia parte deles em terra e nos mares, vem causando, há décadas, a saturação da atmosfera; com isso, provocando um aumento de densidade, fazendo-a se acumular em maior proporção sobre as regiões intertropicais na forma de CO2, sugada das regiões polares pela força centrífuga determinada pelo movimento de rotação terrestre. Em conseqüência, a camada protetora de ozônio vem se degradando nos pólos e ampliando-se na direção dos trópicos, deixando estas regiões menos produtivas na agricultura e inóspita para a vida humana. Os países situados nelas, tanto no Hemisfério Norte como no Sul, sentem gradativo rebaixamento na produtividade agrícola e conseqüente elevação nos seus custos dada, não só pelo empobrecimento da fertilidade do solo, assim como pelas agressões dos raios ultravioletas da luz solar, cada vez mais intensa de ano para ano. Para compensar tais prejuízos, os governos dos países ricos protegem seus agricultores oferecendo os famosos subsídios que são pagos com o recolhimento de taxas sobre os produtos agrícolas importados, desestimulando, deste modo, a produção nos países pobres.
Com o petróleo cada vez mais escasso e disputado com destrutivas guerras, seus preços vêm se elevando com rapidez assustadora, o que tem levado empresários de países ricos a desviar parte da produção de grãos alimentícios para a fabricação de biocombustíveis, visando maiores lucros. Por tal razão, os países ricos, importadores de matérias primas de países pobres, enviam aos exportadores, cada vez menos recursos em pagamento por suas compras, assassinando, assim, por inanição e doenças milhões de cidadãos, cidadãs e crianças que são empobrecidas pela ganância dos ricos. E, todos nós que nos beneficiamos desta “tramoia” capitalista, somos tão criminosos quanto os consumidores de drogas ilícitas que subvencionam a produção e o tráfico das mesmas.
Continuar aceitando o jogo da mídia de promover o consumo supérfluo para os, economicamente, privilegiados através de veículos que alcançam os menos favorecidos pela sorte, é como estimular as agressões destas contra aquelas na disputa ilegal pela posse de bens, sejam eles essenciais ou supérfluos. As classes mais aquinhoadas nesta divisão desigual já estão sendo ilhadas em redutos cada vez mais exíguos e obrigadas a transitar expostas à violência ou acompanhadas por segurança reforçada e, até, em carros blindados. Nenhum poder tecnológico conseguirá deter o poderoso exército de insatisfeitos que está se formando no mundo contra ordem econômica vigente. Que digam os insucessos no Vietnam e no Iraque e a decadência econômica dos agressores. Continuar abusando do consumo supérfluo é como estar abrindo caminho para um suicídio coletivo global. Por favor; provem-me que estou tendo pesadelo. Abraços,
Antídio"