Para melhor
conhecimento do livro acima, fazemos uma apresentação da obra, transcrevendo
seu início:
1) APRESENTAÇÃO -- Sempre tive muita atração e sintonia com a Natureza.
Quando me aposentei, comprei um imóvel rural e por 20 anos ali morei e laborei
naquele ambiente que me proporcionava saúde corporal e espiritual, com a
prática de exercícios físicos e meditações. Se aprendi coisas na escola, na
profissão, na vivência comum, aprendi algo mais rico na convivência com a
Natureza.
As pessoas que vivem no meio urbano em
geral somente têm contato com outros humanos, seres da mesma espécie biológica,
ou com suas obras materiais e desenvolvem o vício do consumismo. Dessa forma,
elas ficam isoladas do convívio com outros seres vivos e não aprendem ou não
sentem que todos nós somos filhos de uma mesma origem, o Todo, que alguns
designam como Deus.
A Natureza, riquíssima em sua
diversidade, está constantemente se manifestando; ela tem sua linguagem e sua
lógica. Esforcei-me em aprender tal linguagem, traduzindo-a para a usual dos
humanos, e percebi que a Natureza, angustiada, clamava por socorro, pois estava
sendo espoliada e enfraquecida pelos seus próprios filhos humanos. Foi daí, por
perceber as agruras, tristezas e apelo dessa nossa magna mãe é que me senti
tocado em minhas emoções para acudir em sua ajuda, ocasião em que comecei a
idear o esboço do livro, único recurso ao meu alcance.
No princípio, considerei fazê-lo sob a
forma de ensaio. Posteriormente, levando em conta que o tema deveria ser
acessível a todos, optei por um gênero mais leve. O assunto seria abordado de
uma forma mais atrativa, com uso de linguagem simples e didática, motivo por
que o argumento foi romanceado. Criei uma trama em cima de fatos reais,
concretos, que lhe dão o suporte da seriedade e verossimilhança. Para não
ficarem dúvidas sobre isso, redigi um posfácio, onde fica claro o seu caráter
documental.
Levei cinco anos na elaboração do
livro. Depois de pronto, algumas pessoas da área editorial opinavam que o livro
era uma ficção científica. Entretanto, depois que o Painel Intergovernamental
da ONU, composto por mais de 2.500 cientistas, publicou em fevereiro/2007 o 1°
relatório climático, com grande repercussão na mídia e no povo, o livro se
tornou realista, verdadeira fotografia do destino da humanidade. Desde então,
apareceram vários interessados na sua publicação, considerando-o documentário
de uma época e útil no esclarecimento do destino ambiental da humanidade. Na
1ª. parte, descrevemos uma situação evidente, real, que faz parte da vida, na
qual estamos apenas estampando uma fotografia da questão. É uma foto simplesmente
de uma situação dos dias que correm.
2) – EXPLICAÇÃO - Agora uma explicação sobre a tônica usada na divulgação
deste livro. Por que este é o livro mais importante do momento? Porque, no meu
entender, trata-se de um documento histórico que lança um aviso de alerta à
humanidade e que servirá de referência nos acontecimentos mundiais dos próximos
anos. Entendemos que a humanidade vive atualmente uma civilização equivocada. É
preciso que alguém desperte para a realidade dos fatos, principalmente os governantes,
e saiam dessa ilusão modernista e tecnológica que levou a chamada civilização
industrial e tecnológica para a escuridão.
Um fato é claro para todos. A geração
humana deste tempo está vivendo exclusivamente para si, num paroxismo de ambição
e egoísmo, sem levar em conta a segurança e futuro das gerações vindouras. Que
planeta vamos entregar aos nossos filhos? Já não basta o assassinato e extinção
das demais espécies vivas, também criadas pelo mesmo Deus? Os homens
responsáveis de hoje estão trabalhando para o assassínio também da humanidade?
Não enxergam que é hora de parar com a ganância e se voltar para a razão? Na
2ª. parte do livro introduzimos um forte conteúdo emocional, procurando trazer
o leitor para as realidades – repito, para as realidades – do caos que já se
anuncia.
3) MINHA VIVÊNCIA. Minha vivência
deve servir para alguma referência. Com 85 anos e lúcido, já sou bastante
vivido. Sou testemunha de tempos que muitos não conheceram. Acompanhei, dia
após dia, ano após ano, as quase imperceptíveis mudanças das condições de
vivência e presenciei os acontecimentos marcantes de nossa história; pelo menos
no correr do século XX.
Poderão confirmar o que vou dizer os
companheiros de mesma idade. Eles também são testemunhas vivas do passar dos
tempos, e que hoje os mais jovens consideram apenas registros históricos, sem
muita importância. Posso dizer: nós, os mais vividos, sabemos e enxergamos o
que vocês não veem. Adiante, na senilidade, os jovens de hoje dirão: hoje sabemos
o que nem suspeitávamos.
Bem, nessa condição posso revelar que
lá pelos anos de 1940, as condições de vida eram bem diferentes das de hoje. Em
apenas 70 anos decorridos percebi, como fato concreto, que a degradação do
nosso ambiente foi enorme. E o que será nos próximos 70 anos?
Comparando as duas épocas, testemunho
que, nos aspectos materiais de tecnologia, saúde corporal, conforto,
comunicação e poder de decisão, com referência ao indivíduo, houve um enorme
avanço para melhor. Repito: com referência ao INDIVÍDUO. Mas à custa de quem?
Alguém paga todos esses confortos e excessos que são retirados do nosso meio
ambiente. O planeta Terra, cheio de chagas cada vez mais profundas, geme de
sofrimento em suas feridas. Até quando?
Já com as condições do coletivo e aos
recursos naturais houve um retrocesso imenso. Antigamente, os rios e ribeirões
eram fartos. As águas eram limpas e havia peixes. Hoje, eles se acham
minguados, enfraquecidos, insalubres e quase sem fauna, caminhando para a
exaustão. Hoje, os rios se transformaram em riachos; os riachos, em regatos; os
regatos, em filetes; os filetes, em nascentes; as nascentes, em tumbas. Isso
acontece hoje em todos os elementos do nosso ambiente: no ar, nos mares, no
solo.
Na 3ª. parte, voltamos à apresentação
baseada simplesmente na razão. A razão, a lógica, é que presidirá essa terceira
e última parte. Isso se a irresponsabilidade humana não deixar que o caos
descrito na 2ª. parte prevaleça.
4) - LIVRO SÉRIO. Este não é um
livro água-com-açúcar. É um livro sério. Posso adiantar que aqui não exploro
emoções vulgares, de fácil apelo comercial com passagens eróticas. É romanceado
para melhor assimilação da mensagem. Tecnicamente, em Literatura, é
classificado em subgênero como “romance de tese”. Mas não fala de amor? Fala,
sim. Mas de um amor muito maior do que o de dois amantes. Maior que o amor de
mãe. Maior que o “ama a teu próximo”. Maior que o amor de toda a humanidade.
Tão grande que abarca todos os seres vivos. Mais ainda. É um grito de socorro
pelo amor ao planeta que habitamos. Enfim, é o amor à própria Vida.
5) FIDELIDADE - Na elaboração da
história, não fiz concessões de espécie alguma que me tirassem da fidelidade às
teses oferecidas ao juízo do leitor. As descrições mais fortes não cederam aos
cânones morais ou éticos. Porque o assunto é importante e deve ser tratado com
realismo. E realismo se descreve com
realidades.
O livro é um documento do século XXI.
Nele mostro a insensibilidade dos governantes. Faço uma denúncia e um alerta.
Jovens, principalmente aos jovens, conclamo a se conscientizarem,
mobilizando-se na defesa do ambiente em que vão viver. Defendam o único planeta
que os pode abrigar e alimentar e que será o lar de seus descendentes.
Para esclarecer melhor a razoabilidade
da mensagem romanceada, informo os pontos reais destes últimos tempos em que me
baseie para formular a obra, redigida antes da publicação do 1º relatório do
Painel da ONU.
a)
denúncias esparsas de degradação ambiental feitas por diversos cientistas desde
meados do século XX.
b)
medidas governamentais restritivas à procriação na China e na Índia;
c)
movimentos políticos com a criação de Partidos Verdes;
d)
campanhas e ações efetivas de entidades ecológicas;
e)
mobilização mundial na Eco Rio 92;
f)
posicionamentos de países relativos ao Protocolo de Kyoto;
g)
criação na França da Associação contra o Progresso;
h)
uso cotidiano nas grandes cidades da China e Japão de máscara filtrante;
i)
relatório ambiental da ONU em 1986.
k)
início de um programa computacional de projeção ambiental pela universidade de
Tóquio, ainda não concluído;
l)
relatório secreto do Pentágono norte americano, prevendo catástrofes climáticas
para 2020 (revista Carta Capital, ano 2004, citando como fonte as publicações
inglesas revista Fortune e o jornal The Observer, além da edição
especial na internet da Scientific American, que apresentaram farta
documentação;
Posteriormente, os fatos veem
confirmando a visão revolucionária do livro, principalmente no que diz respeito
à necessidade de o mundo ser gerido por um órgão global.
6) LIMITAÇÕES – Não posso
contar a história do livro. Mas posso abordar alguns aspectos relevantes. O
verdadeiro protagonista nessa história é o tempo. No correr da leitura, o
leitor vai notar que ele se encontra oculto. Não é um personagem fantasma, uma
criação imaginária ou um ente fantástico com aparência deformada, mas está
presente em todo o desenrolar da narração. Comparece no livro tal como o
ponteiro das horas de um relógio tradicional. Vejam que o ponteiro dos segundos
faz um movimento cíclico e todos notam. O ponteiro dos minutos, para quem tem
vista muito boa, se move com muita lentidão, mas dá pra ver. Mas – e aí é que está o perigo – no ponteiro
das horas, ninguém percebe o seu movimento e, como diria o celebre cientista Galileu
Galilei, “no entanto, ele se move”. Ninguém vê, mas ele dá uma volta completa
em 12 horas, fechando um ciclo do tempo e pontuando o ciclo maior chamado dia,
que também registra o enigmático tempo. Quem pode negar isso? Pois bem: é esse
personagem traiçoeiro, agindo às ocultas, que pauta todo o desenrolar da trama
e a realidade do nosso destino. E o tempo é terrível, inexorável, cruel e não
volta atrás.
7) ESTILO - Este livro quase não tem metáforas. Geralmente, elas
são figuras de estilo que servem para embelezar os textos e torná-los poéticos
para embalar em sonhos as almas dos leitores. Neste livro não cabem tais
artifícios literários, pois aqui tratamos de fatos, assuntos muito sérios,
concretos, graves, que destroem prejudiciais ilusões. No entanto, está recheado
de reflexões filosóficas pertinentes ao tema. O leitor poderá meditar sobre
diversas questões propostas no correr dos diálogos.
8) COERÊNCIA - O escritor deve ser coerente e honesto consigo mesmo
ao registrar seu pensamento. Ele não finge; escreve o que sente sob pena de ser
acusado pela própria consciência. É diferente do escriba, que produz texto com
o objetivo de atender a interesses. Aquele não se preocupa em agradar ou
desagradar. Este sempre agrada aos seus patrões, aos interesses de época, às
ideologias, a interesses econômicos. Estou dando esses esclarecimentos para
justificar por que, em alguns momentos, a abordagem se mostra politicamente incorreta
e antiética. Vejam que a Natureza desconhece inteiramente tais conceitos socioculturais
quando se manifesta sob a forma de tsunamis, vulcões, terremotos, inundações e
epidemias, ceifando indistintamente milhares de pessoas. A verdade deve ser apresentada
como é: nua, sem maquiagem.
Foi coragem e honestidade, mesmo.
Entendo que não poderia ser de outra forma ao fazer uma descrição com a
fidelidade que se espera de um documento histórico. Neste livro eu pus o dedo
na ferida. Ferida, no caso, é simplesmente a realidade, tal como ela é. Pôr o
dedo na ferida dói. E como dói!
Temos visto, ultimamente, pessoas bem
intencionadas se apresentarem na televisão, sugerindo medidas suaves,
superficiais, inócuas. Falam também em “desenvolvimento sustentado”. É puro
jogo de palavras. Isso não existe. Isso devia ter sido observado no início da
revolução industrial, no século 18.
Agora é tarde. Temos é que recuperar o estrago feito. Temos é que
iniciar o desenvolvimento ao contrário, isto é, o desdesenvolvimento. Ainda há
tempo, mas há de ser com urgência. Falam também em crédito-carbono. É outra
enganação. Na verdade é até um acinte à nossa inteligência, se não for uma
pilhéria. Uma indústria na Holanda pode poluir desde que uma empresa brasileira
deixe de poluir. É o vício da cultura comercial. Até com a desgraça do caos
eles pretendem extrair lucros sonantes. Evidente que não veem, não enxergam,
não sentem, não percebem a claridade solar. Até quando, ó autoridades?
Como reflexo dessa onda ecológica, foi
aprovada uma lei num Estado americano que torna obrigatório o uso de sacolas de
papel no lugar dessas de plástico. Não deixa de ser um retorno civilizacional.
Contudo, tal medida é inócua – se não for pior – pois a fabricação de sacolas
da espécie implica aumento da atividade da indústria do papel, altamente
poluidora e devoradora de cadáveres de árvores.
Tais medidas saneadoras, tão
insignificantes e ingênuas, nada representam ante a gigantesca dilapidação que
a civilização moderna está produzindo no planeta. A situação exige a exata
conscientização do problema ambiental. E este livro mostra tudo, sem
meias-palavras, sem hipocrisia. Este registro põe em evidência a gravidade do
assunto, que requer medidas radicais e urgentes. A solução básica está num
tripé. Um é a urgência de se tomar decisões, exigidas pelo senhor tempo. Os
outros dois estão expostos no livro.
9) DESTINAÇÃO - Os editores geralmente perguntam ao autor a que faixa
de leitores se destina o livro a ser apreciado. Porque, segundo o assunto, esse
ou aquele livro se destina aos interesses de ou de jovens, ou de professores,
ou de mulheres, ou de empresários, ou distintas classes sociais ou
profissionais. O livro ora apresentado se destina a todas as pessoas capazes de
ler e que ainda estejam vivas. Não só as vivas. Imaginem que até os mortos, em
seus túmulos, devem estar se inquietando de ansiedade pelo destino trágico que
vislumbram para seus entes queridos ainda vivos.
10) ARTIFÍCIOS - Após a leitura, os leitores terão condições de
entender as verdadeiras dimensões dos alertas contidos nos relatórios do Painel
Intergovernamental da ONU, de 2.500 cientistas.
Vê-se que o relatório sofreu pressão
política por parte dos países interessados em preservar a dilapidação do
planeta, com medo das consequências econômicas. Isso se chama
irresponsabilidade. Se as artimanhas políticas conseguiram suavizar as
palavras, não significa suavizar a realidade. Este livro não suaviza os
fatos.